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[Resenha] – O Exorcista, de Willian P. Blatty | De Olho Na Estante

O próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.

E aí pessoal, hoje iremos falar de O Exorcista, de Willian P. Blatty. Lançado originalmente em 1971, o livro que acabou dando origem a um filme homônimo, se tornou referência ao mundo do terror, ganhando uma legião de fãs e espalhando o medo e o assombro por gerações.


Dificilmente vemos uma obra literária ganhar tamanha notoriedade e se manter como um marco artístico tão grande e por tanto tempo. Muito disso se deve a construção do livro, que diferentemente de outros, não só explora a fundo o psicológico e os transtornos mentais de seus personagens, mas se utiliza de uma terrível forma de narrar os fatos, trazendo uma “aura” pesada e melancólica a toda a trama.

E é de forma impressionante que Blatty consegue nos prender através da assombrosa história de Regan MacNail, uma doce menininha de 12 anos, filha de uma importantíssima atriz de cinema.

Enquanto sua mãe não está presente, ou porquê estava resolvendo afazeres de casa ou porquê estava em sets de filmagem Regan passava o tempo brincando. Porém, um objeto em especial passou a tomar toda a sua atenção, um velho tabuleiro Ouija já esquecido no porão.

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Para aqueles que não sabem, o tabuleiro Ouija é um instrumento de madeira bem simples, com o alfabeto e números, além das palavras “sim” e “não”. Tal objeto é utilizado em práticas de necromancia, a fim de se comunicar com mortos e invocar demônios. Nesse “jogo” o(s) participante(s) faz perguntas e coloca(m) um objeto indicador no tabuleiro, que será guiado, formando assim as palavras.

Certo dia sua mãe a viu brincando com o objeto e quis saber o que havia de tão interessante naquele pedaço de madeira que, por tanto tempo entretinha sua filha. Regan então conta à mãe que está sempre conversando com seu amigo, o Capitão Howdy. Achando aquilo um pouco estranho, porém crendo que se tratava de um amigo imaginário Chris MacNail deixa sua filha brincando com o objeto.

E é com uma destreza espantosa que Willian P. Blatty nos apresenta de forma dura e cruel à transformação da menina, que é possuída pelo Demônio. Quanto mais você vai lendo, mais perplexo vai ficando, pois é chocante a forma com que a trama vai se tornando sólida, te assombrando cada vez mais. A modificação da personalidade da menina, os diálogos que transcorrem toda a narrativa e o estudo da mente dos personagens são sensacionalmente mórbidos.

Acredito que quase todos já devem ter visto o filme O Exorcista, (se você não viu, corra já para ver), porém acho que o livro consegue transmitir essa sensação de desconforto bem maior que o filme, que por outro lado também passa essa sensação de medo real, mais presente.

Enfim, trabalhando temáticas pesadas e com uma escrita impactante O Exorcista te insere no sobrenatural de forma divina, por vezes de forma assustadora, sempre te levando a duvidar sobre com quem você está realmente lidando.

Nota: ★★★★★★★★★★ (9/10 estrelas)

Autor:

Estudante de Engenharia. Modelo e fotógrafo nas horas vagas. Aquariano. 1998

4 comentários em “[Resenha] – O Exorcista, de Willian P. Blatty | De Olho Na Estante

  1. Você saiu ileso? hahaha Brincadeiras à parte, você disse que o livro te incomodou mais. Bom, se o filme eu quase não consigo assistir, esse livro me deixaria inquieta e aflita. Definitivamente eu não sairia ilesa! kkkk Ótima resenha! Adorei essa parte, até rimou: “um objeto em especial passou a tomar toda a sua atenção, um velho tabuleiro Ouija já esquecido no porão”.
    Bjs,

    http://www.estranhoscomoeu.com

    Curtido por 2 pessoas

    1. Saí ileso sim hahahah. Realmente o livro me incomodou mais, acho que parte disso se deve pq com a leitura você se aprofunda mais, já com o filme é algo mais dinâmico. Mas tente ler, talvez valha a pena o risco hahah.
      Na hora que eu escrevi nem tinha percebido que havia rimado kkk, e que bom que gostou da resenha!! Bjs!

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